LULA E A VARIG, por por Eduardo Eidt Letti
Piloto da Varig por 20 anos
Senhoras
e senhores!!!
vejam só como a vida dá voltas.
Sabem quem é o advogado de Lula?
Chama-se Christiano Zanin Martins.
E quem é Christiano Zanin Martins?
Christiano Zanin Martins é casado com Valeska
Teixeira, filha de Roberto Teixeira.
Portanto Christiano é genro de Roberto
Teixeira.
Mas quem é Roberto Teixeira?
Prá quem não sabe, Roberto Teixeira é dono do
escritório Teixeira & Martins Advogados.
Tem mais, Lula é padrinho de casamento de
Cristiano e Valeska.
Portanto, Lula e Roberto Teixeira são
compadres.
Lula é “dindo” de Cristiano e Valeska.
Tá, mas o que isso tem haver????
Tem haver com a VARIG, mais precisamente com o
fim da VARIG.
Relembrando, Roberto Teixeira foi o
responsável por arquitetar juridicamente o golpe que foi a venda fraudulenta e
ilegal da Varig em 2006 para o fundo estrangeiro Matlin Patterson, chefiado por
um Chines larápio, chamado Lap Chan.
Os fatos:
A
condenação de Lula reacende a esperança de ex-funcionários da Varig Artigo
de Eduardo Eidt Letti, piloto da Varig (1986/2006) - eduardo.letti@hotmail.com
Artigo de Eduardo Eidt Letti, piloto da Varig
(1986/2006).
eduardo.letti@hotmail.com – 02/02/18
A recente condenação do ex-presidente Lula, pelo TRF-4, reacende nos
ex-funcionários da Varig a esperança de dias melhores. A venda da empresa,
ocorrida em 20 de julho de 2006, durante o processo de recuperação judicial -
com a promessa de ser recapitalizada pelos compradores – representou, na
realidade, a liquidação de um patrimônio técnico e social de 79 anos de
existência e a demissão de mais de 12 mil empregados. Estes, até hoje, não
receberam suas verbas rescisórias.
Adquirida por 24 milhões de dólares pela Volo do Brasil – uma empresa
desconhecida que atuou como fachada do grupo estrangeiro Mattlin Patterson - a
Varig foi vendida ao grupo Gol apenas nove meses depois, por 320 milhões de
dólares, valor 13 vezes maior que a compra.
Meses antes, a Volo do Brasil havia adquirido a VarigLog, unidade de transporte
de carga do grupo Varig. Na esteira das turbulentas negociações, o governo
liquidou o fundo de pensão privada dos funcionários, o Aerus, jogando milhares
de pensionistas e suas famílias na rua da amargura. As ações se arrastam nos
tribunais do pais há vários anos, sem uma solução no horizonte.
A liquidação da Varig está acompanhada de fortes indícios da prática de abuso
de poder, tráfico de influência e suborno, envolvendo nomes do alto escalão do
governo Lula. Segundo noticiou a jornalista Rebecca Santoro, no jornal O Estado
de São Paulo em 4 de junho de 2008, a ex-diretora da Anac Denise Abreu declarou
que “sofreu pressões de Dilma Rousseff e Erenice Guerra para não analisar
dados que poderiam barrar a venda da VarigLog”, além da própria Varig, para
a Volo do Brasil, que era representada pelo escritório de Roberto Teixeira,
amigo e compadre de Lula.
Como a lei brasileira proíbe estrangeiros de ter mais de 20% do capital das
companhias aéreas, a diretora Denise queria documentos comprovando a origem do
capital e a declaração de renda dos sócios brasileiros para verificar se tinham
recursos para a compra. “A ministra Erenice não queria que eu exigisse os
documentos. Dizia que era da alçada do Banco Central e da Receita (…)” -
declarou Denise. Ainda, em relação à origem do capital da Volo do Brasil, a
Superintendência de Serviços Aéreos da Anac emitiu parecer, em 22 de junho de
2006, revelando que os documentos foram apresentados juntamente com uma
declaração garantindo que “não há nenhum acordo de acionistas, ´side
letter´, ou qualquer outro instrumento assinado entre os sócios, que
implique a transferência de poder de voto das ações de titularidade dos
brasileiros natos para a empresa acionista estrangeira”.
Posteriormente, Marco Audi - um dos compradores da Varig - confirmou o relato
de Denise Abreu em audiência na Comissão de Infraestrutura do Senado que
investigou o caso. Após a denúncia, Denise foi exonerada da Anac e ameaçada por
um dossiê de conteúdo supostamente falso, destinado a denegrir publicamente sua
reputação.
Ainda segundo declarações de Denise Abreu, na ANAC, a filha e o genro de Teixeira,
os advogados Valeska Teixeira e Cristiano Zanin Martins, circulavam livremente
nos corredores das negociações. Denise descreve a atuação de Valeska como “truculenta,
frequentemente utilizando a amizade do pai com o ex-presidente Lula, de quem é
afilhada”.
O governo Lula também atuou para garantir que não houvesse sucessão de dívidas
na venda da Varig. Este era um ponto crítico capaz de frustrar as intenções do
grupo estrangeiro Mattlin Patterson, cujo interesse era adquirir apenas os
ativos da empresa, entre os quais o faturamento de 6,7 bilhões de reais em
vendas de passagem e mais de 13 milhões de passageiros transportados no ano de
2005 (Fonte: Anuário da ANAC, dezembro de 2006).
A barreira era um parecer emitido pelo procurador geral da Fazenda Manoel
Felipe Brandão, que defendia a tese de que haveria sucessão do passivo na
venda. Um mês antes do leilão, Manoel Felipe Brandão foi exonerado do cargo,
assumindo em seu lugar Luis Inácio Adams, que emitiu parecer contrário à
sucessão do passivo.
Ainda conforme noticiado pelo Estadão em 4 de junho de 2008, após a venda da
Varig para a Gol, uma briga entre sócios da Volo do Brasil pelo controle da
VarigLog trouxe à tona informações que confirmaram as suspeitas iniciais
levantadas por Denise Abreu bem como a não veracidade do parecer da
Superintendência de Serviços Aéreos da ANAC. O fulcro da divergência era, na
realidade, o controle dos 320 milhões de dólares que a Gol havia pago.
Lap Chan, o chinês representante do Mattlin Patterson, queria levar o dinheiro
embora e remunerar o fundo de investimento do qual era executivo. Os sócios
brasileiros Marco Antonio Audi, Marcos Haftel e Luiz Gallo tinham outro
entendimento: queriam ficar com o dinheiro, afinal eram os controladores da
Volo do Brasil/VarigLog.
No bate-boca entre os sócios, que acabou na 17ª Vara Cível de São Paulo, surgiu
um contrato de gaveta chamado “put and call”, outorgando ao grupo
Mattlin Patterson, através da empresa americana Volo Logistics LLC, total
controle a qualquer tempo sobre as quotas dos sócios brasileiros.
Quando questionados pelo juiz José Paulo Magano sobre o contrato oculto, os
sócios brasileiros alegaram que tinham sido coagidos por Lap Chan a assinar o
documento. Este contrato é a prova documental da ilegalidade do leilão que
vendeu a Varig em 20 de julho de 2006, que deveria ser anulado.
Em sentença proferida no dia 1º de abril de 2008, o juiz Magano acabou
afastando os três sócios brasileiros, entregando o controle da Volo do
Brasil/VarigLog, a Lap Chan que teve 60 dias de prazo para adequar a empresa à
legislação brasileira. Segundo Marco Antonio Audi, Lap Chan não perdeu tempo.
Transferiu o controle da VarigLog para a recém constituída Voloex, que tem sede
na rua Padre João Manoel, no mesmo prédio do escritório de advocacia de Roberto
Teixeira.
A irmã de Lap Chan, que é nascida no Brasil, aparece como única sócia da
empresa. Cerca de duas semanas depois, ela transferiu a companhia para a Volo
Logistics LLC, nos EUA. No transcorrer desta disputa a VarigLog entrou em recuperação
judicial e teve sua falência decretada.
Em declaração à Comissão de Infraestrutura do Senado, Marco Antônio Audi,
confirmou que só foi possível aprovar a compra da VarigLog pela influência de
Teixeira no governo e na ANAC. “Paguei US$ 5 milhões ao Roberto Teixeira
para cuidar do caso, e ele resolveu” - disse Audi.
Orquestrada nos bastidores do governo Lula, a venda da Varig está cercada de
evidências que tornam a legitimidade da transação altamente questionável. O
prejuízo causado é irreparável, muitos funcionários já faleceram e outros
cometeram suicídio ao perderem tudo que tinham.
Mas não podemos jamais perder a esperança. A verdade pode ficar doente,
escondida, mas um dia ela aparece. Neste sentido, a operação Lava Jato renova,
especialmente nos funcionários da Varig, o desejo de um Brasil mais justo. Fonte: http://www.espacovital.com.br