domingo, 8 de outubro de 2017

QUAIS OS RUMOS PARA O PAÍS?



Quais os rumos do País?                                    por Fernando Henrique Cardoso
Se não organizarmos já um polo democrático, podemos ver no poder quem não sabe usá-lo

Quando ainda estava na Presidência, eu dizia que o Brasil precisava ter rumos e tratava de apontá-los. Nesta quadra tormentosa do mundo, cheia de dificuldades internas, sente-se a falta que faz ver os rumos que tomaremos.
Com o fim da guerra fria, simbolizado pela queda do Muro de Berlim, em 1989, tornou-se visível o predomínio dos Estados Unidos. Desde antes do final da guerra fria, por paradoxal que pareça, em pleno governo Nixon – do qual Henry Kissinger era o grande estrategista – começou uma aproximação do mundo ocidental com a China. Com a morte de Mao Tsé-tung e a ascensão de Deng Xiaoping, os chineses puseram-se a introduzir reformas econômicas. Iniciaram assim, ao final dos anos 1970, um período de extraordinário crescimento. A partir da virada do século passado, o peso cada vez maior da China na economia global tornou-se evidente. No plano geopolítico, porém, os chineses buscaram deliberadamente uma ascensão pacífica, escapando à “armadilha de Tucídides” (a de que haverá guerra sempre que uma nova potência tentar deslocar a dominante).
Enquanto a China não mostrava todo o seu potencial econômico e político, tinha-se a impressão de que o mundo havia encontrado um equilíbrio duradouro, sob a Pax Americana. A Europa se integrava, os Estados Unidos e boa parte da América Latina se beneficiavam do comércio com a China e a África aos poucos passava a consolidar a formação de seus Estados nacionais. As antigas superpotências, Alemanha e Japão, desde o fim da 2.ª Guerra Mundial haviam adotado a “visão democrático-ocidental”. No início do século 21 apenas a antiga União Soviética, transmutada em República Russa, ainda era objeto de receios militares por parte das alianças entre os países que formaram a Otan. Como ponto de inquietação restava o mundo árabe-muçulmano.
Na atualidade, o quadro internacional é bem diferente. Com a “diplomacia” adotada por Trump, a Coreia do Norte desenvolvendo armas atômicas, as novas ambições da Rússia, as tensões nos mares da China e o terrorismo, há temores quanto ao que virá pela frente. Os japoneses veem mísseis atômicos coreanos passar sobre sua cabeça, os chineses fazem-se de adormecidos, o Reino Unido sai da União Europeia, os russos abocanham a Crimeia e os americanos vão esquecendo o Acordo Transpacífico (TPP, ou Trans Pacific Partnership Agreement), abrindo espaço à expansão da influência dos chineses na Ásia e deixando perplexos os sul-americanos que faziam apostas no TPP. Também perplexos estão os mexicanos, ameaçados pela dissolução do Nafta, outro dos alvos de Trump. A inquietação americana pode aumentar pelas consequências da política chinesa de construir uma nova rota da seda, ligando a China à Europa através da Ásia e do Oriente Médio, bem como pela aproximação entre Pequim e Moscou.
É neste quadro oscilante que o Brasil precisa definir seus rumos. Toda vez que existem fraturas entre os grandes do mundo se abrem brechas para as “potências emergentes”. Há oportunidades para exercermos um papel político e há caminhos econômicos que se abrem. Não estamos atados a alianças automáticas e, a despeito de nossas crises políticas, nossos erros e dificuldades, estamos num patamar econômico mais elevado que no tempo da guerra fria: criamos uma agricultura moderna, somos o país mais industrializado da América Latina e avançamos nos setores modernos de serviços, especialmente nos de comunicação e financeiros. Podemos pesar no mundo sem arrogância, reforçando as relações políticas e econômicas com nossos vizinhos e demais parceiros latino-americanos.
Entretanto, nossas desigualdades gritantes são como pés de chumbo para a formação de uma sociedade decente, condição para o exercício de qualquer liderança. As carências na oferta de emprego, saúde, educação, moradia e segurança pública ainda são obstáculos a superar.
Pelo que já fizemos, pelo muito que falta fazer e pelas oportunidades que existem, há certa angústia nas pessoas. A confusão política, o descrédito de lideranças e partidos, se expressa na falta de rumos. A opinião pública apoia os esforços de moralização simbolizados pela Lava Jato, mas quer mais. Quer soluções para as questões sociais básicas, e também para os desafios da política, que precisam ser superados, caso contrário o crescimento da economia continuará baixo e a situação social se tornará insustentável. O Congresso, por fim, aprovou uma “lei de barreira” e o fim das coligações nas eleições proporcionais. Foram passos tímidos, na forma como aprovados, mas importantes para o futuro, pois levarão à redução do número de partidos, com o que se poderá obter maior governabilidade e talvez menos corrupção.
Entretanto, quem são os líderes com a lanterna na proa, e não na popa? A crer nas pesquisas de opinião, os políticos mais cotados para vencer as eleições em 2018 mais parecem um repeteco do que inovação, embora haja entre alguns que estão na rabeira das pesquisas quem possa ter posições mais condizentes com o momento. E boas novidades podem emergir. Alguns dos que estão à frente ainda insistem em suas glórias passadas para que nos esqueçamos de seus tormentos recentes, e pouco dizem sobre como farão para alcançar no futuro os objetivos que eventualmente venham a propor.
Se não organizarmos rapidamente um polo democrático (contra a direita política, que mostra suas garras), que não insista em “utopias regressivas” (como faz boa parte das esquerdas), que entenda que o mundo contemporâneo tem base técnico-científica em crescimento exponencial e exige, portanto, educação de qualidade, que seja popular, e não populista, que fale de forma simples e direta dos assuntos da vida cotidiana das pessoas, corremos o risco de ver no poder quem dele não sabe fazer uso ou o faz para proveito próprio. E nos arriscamos a perder as oportunidades que a História nos está abrindo para ter rumo definido. Fonte: http://opiniao.estadao.com.br/ 08/09/17



sexta-feira, 6 de outubro de 2017

LULA: 54% QUEREM SUA PRISÃO



Para 54% por cento da população, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deveria ser preso pelos fatos revelados pela operação Lava Jato, enquanto 89 por cento defendem que a Câmara dos Deputados autorize abertura de processo contra o presidente Michel Temer por organização criminosa e obstrução de Justiça, segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda-feira.
De acordo com o levantamento, publicado pelo jornal Folha de S.Paulo, 40 por cento consideram que não há motivos para a prisão de Lula, que já foi condenado em primeira instância pelo juiz Sergio Moro a 9 anos e meio de prisão no âmbito da Lava Jato, mas com direito a recorrer em liberdade.
Apesar da condenação, Lula (PT) continua na liderança de possíveis cenários para a corrida presidencial de 2018, com pelo menos 35 por cento das intenções de voto em primeiro turno, segundo pesquisa Datafolha divulgada no fim de semana.
O apoio à prisão do petista aumenta de acordo com o grau de instrução dos entrevistados, sendo de 69 por cento entre os que têm nível superior e de 37 por cento entre os com nível fundamental. 



A pesquisa Datafolha foi realizada entre os dias 27 e 28 de setembro, com 2.772 entrevistados, (Em  2016, segundo o TSE, o Brasil tinha 144.088.912 eleitores aptos a votar nas eleições municipais), em 194 cidades, e tem margem de erro de 2 pontos percentuais, de acordo com a Folha.
 
A rejeição de Lula varia de 54% a 42% e ninguém ganha uma eleição com esses números. Mas a pesquisa do Datafolha faltou explicar um ponto de sua pesquisa: se 54% dos brasileiros querem ver Lula na cadeia, como é que ele pode ser rejeitado por apenas 42%?
Fonte: https://www.terra.com.br 30/09/17

terça-feira, 3 de outubro de 2017

AÉCIO GANHARIA DE LULA EM 2018





AÉCIO GANHARIA DE LULA EM 2018,        por Theodiano Bastos

Vejam as incoerências da última pesquisa do Datafolha, um verdadeiro samba do criolo doido. Apesar de ser o mais rejeitado, a mídia só tem destacando que Lula venceria nas consultas para presidente em 2018 em com outros candidatos, mas  quando no cenário pesquisado Aécio, o segundo mais rejeitado, é incluído, ela perde, vejam:


(Cenário 1, quando Aécio Neves é o candidato do PSDB — pesquisa estimulada)

Aécio Neves (PSDB) — 24% — Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — 20%Marina Silva (REDE) — 19% — Jair Bolsonaro (PP) — 6% Ciro Gomes (PDT) — 5% Eduardo Jorge (PV) — 2% Michel Temer (PMDB) — 1% Brancos e Nulos: 16%



Lula não será candidato em 2018

Segundo análise de Dora Kramer (VEJA 27/09/17 pág. 53) “...está absolutamente caduco o uso do condicional em relação à alegada candidatura de Lula à presidência em 2018, uma vez que resta demonstrado a impossibilidade real da volta dele à chefia da nação que seu partido saqueou e deixou que aliados saqueassem.
...caso não seja ficha-suja, não esteja preso, lembra que ele perdeu densidade, credibilidade, popularidade, capacidade de atrair aliados, perdeu principalmente a condição de mobilizar recursos desde que a Lava-Jato começou a lhe retirar oxigênio político e cortar os dutos financeiros do PT”

REJEIÇÃO DE LULA 

A rejeição de Lula varia de 54% a 42% e ninguém ganha uma eleição com esses números. Mas a pesquisa do Datafolha faltou explicar um ponto de sua pesquisa: se 54% dos brasileiros querem ver Lula na cadeia, como é que ele pode ser rejeitado por apenas 42%? 




Os eleitores de Lula defendem o crime   

  

“O diretor do Datafolha, Mauro Paulino, tenta explicar o resultado de sua última pesquisa.

Em resumo, ele diz que os eleitores mais pobres toleram os crimes de Lula em troca de uma esmola.
Leia um trecho de sua análise para a Folha de S. Paulo:
“No total, apenas 40% dos entrevistados mantêm-se firmes na posição de condenar a corrupção sob qualquer aspecto.
A maioria (60%) a admite, mesmo que em parte, em algum momento, dependendo da finalidade a que é associada.
Entre os que pretendem votar em Lula, eleitorado de menor renda e baixa escolaridade, esse percentual chega a 77%. Também é elevado entre os mais jovens.
Com tal perfil, fica fácil compreender, dentre as frases testadas, o motivo da afirmação ‘a corrupção é até aceitável se ela servir para manter um governo que combata a pobreza’ ser a que mais divide opiniões.
Entre os que querem votar no ex-presidente, 38% discordam totalmente do ponto, enquanto 50% concordam pelo menos em parte. Entre os eleitores de Bolsonaro, essas taxas correspondem a 72% e 21%, respectivamente.”       Fonte: https://www.oantagonista.com/ 03/10/17