sábado, 4 de julho de 2015

SÉRGIO MORO: NÃO SOU NENHUMA BESTA-FERA




Este Juiz está desbaratando a corrupção no coração da vida política do Brasil. Saúde e vida longa para SÉRGIO MORO.
 

O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelo julgamento das ações da operação Lava Jato, criticou nesta sexta-feira, em palestra durante o 10º Congresso Internacional da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), em São Paulo, a “demonização” de sua imagem.
— Não sou nenhuma besta-fera — disse Moro, quando questionado sobre a pressão de setores insatisfeitos pela maneira com que conduz o julgamento das ações.
No início da semana, a presidente Dilma Rousseff e o ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Edinho Silva, criticaram o “vazamento seletivo” do conteúdo da delação premiada do empresário Ricardo Pessoa, dono da UTC.

O juiz fez ainda críticas ao foro privilegiado. Para Moro, o foro a políticos com mandato fere o princípio da igualdade. Ele criticou o uso da prerrogativa como instrumento para causar morosidade aos processos penais.

— Vejo este instituto não muito com viés positivo porque é contrário ao princípio da igualdade. Pensando o foro privilegiado como um forma de maior controle (da administração pública) é positivo. Mas pensando em outra forma, como um mecanismo de proteção (de figuras públicas), eu tenho dúvida da sua validade. Como eu gostava muito de revista em quadrinho, lembro daquelas fases do Homem-Aranha onde dizia "quanto maior o poder, maior a responsabilidade". Acho que o sistema tem que ser construído em cima disso — declarou o juiz.
Moro defendeu ainda a publicação das informações investigadas na Operação Lava-Jato como instrumento de “democratização do poder”. Para Moro, esta ampla divulgação é um dever constitucional, ainda mais em casos envolvendo a administração pública.
— Defendemos que os processos devam ser públicos, principalmente quando envolve a administração pública, até porque permite um escrutínio da imprensa — afirmou o magistrado, completando: — Quanto maiores poderes, maiores responsabilidades. Os governantes têm mais poder e com isso mais responsabilidades.
O juiz se negou a responder sobre questões relativas ao julgamento da Lava-Jato. Questionado se aceitaria falar do julgamento após a conclusão, ele se mostrou aberto, mas disse que não era o momento para se pensar nisso.
– A única certeza é que quero tirar uma longa férias depois disso tudo.
Juiz Sérgio Moro chega para participar do 10º Congresso Internacional da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) - Michel Filho / Agência O Globo
Em relação às delações, Moro destacou que "toda delação depende de prova" para ser usada como peça de acusação.
No final da palestra, Moro foi questionado pela plateia se um dos seus objetivos das investigações da Lava-Jato seria "pegar" o ex-presidente Lula. O magistrado disse que não cabe a ele dizer quem "deve ou não" ser investigado já que ele não é condutor das investigações. O juiz também não quis comentar sobre os comentários da presidente Dilma Rousseff, que declarou não respeitar delatores:
— Acho que a presidente merece respeito da parte minha e de todas as pessoas. Não me sentiria confortável em rebater um comentário da presidente.
Antes da palestra, Moro defendeu o jornalismo investigativo como instrumento fiscalizador da sociedade. O magistrado afirmou que o jornalista tem a capacidade de antecipar informações relevantes a investigações em curso.
— O profissional de imprensa não tem os mesmos instrumentos da polícia, mas muitas das vezes tem uma certa flexibilidade. Essa flexibilidade dá a capacidade de buscar informações e colher dados antecipando até mesmo as investigações da Justiça — afirmou Moro.
Moro foi um dos convidados a conversar com os jornalistas nesta sexta-feira. A operação, que levou à prisão políticos e empresários, foi tema ainda de duas mesas de debates jornalísticos. No sábado, será a vez do jornalista francês Riss, editor da revista Charlie Hebdo, falar sobre o ataque terrorista que matou 12 integrantes da revista em janeiro passado. Também fará palestra sobre jornalismo investigativo, no sábado, Dana Priest, do Washington Post. Veja a programação completa do congresso.


INCENDIOU A LAVAJATO! JUÍZES FEDERAIS SOLTAM NOTA “DURÍSSIMA” EM FAVOR DE SÉRGIO MORODEMOROU!


Nota à imprensa em apoio ao Juiz Sergio Moro
A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) vem a público manifestar total apoio ao Juiz Federal Sergio Moro, Titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, na condução do julgamento da “Operação Lava Jato”. A pedido do Ministério Público Federal e da Polícia Federal, o Magistrado decretou recentemente uma série de medidas, entre elas a prisão de executivos de grandes empresas que, segundo as investigações, estariam envolvidos em crimes de corrupção e formação de cartel.
Vale destacar que as decisões tomadas pelo Juiz Federal Sergio Moro no curso desse processo são devidamente fundamentadas em consonância com a legislação penal brasileira e o devido processo legal.
A Ajufe não vai admitir alegações genéricas e infundadas de que as prisões decretadas nessa 14ª fase da Operação Lava Jato violariam direitos e garantias dos cidadãos.
A Ajufe também não vai admitir ataques pessoais de qualquer tipo, principalmente declarações que possam colocar em dúvida a lisura, eficiência e independência dos magistrados federais brasileiros.
No exercício de suas atribuições constitucionais, o Juiz Sergio Moro tem demonstrado equilíbrio e senso de justiça. As medidas cautelares, aplicadas antes do trânsito em julgado do processo criminal, estão sendo tomadas quando presentes os pressupostos e requisitos legais. É importante ressaltar que a quase totalidade das decisões do magistrado não foram reformadas pelas instâncias superiores.
A Ajufe manifesta apoio irrestrito e confiança no trabalho desenvolvido com responsabilidade pela Justiça Federal do Paraná, a partir da investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.
Antônio César Bochenek
Presidente da Ajufe
 Por favor repasse...
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Advogados criticam atuação de juiz
Também durante o congresso da Abraji, os advogados criminalistas Fabio Tofic e David Azevedo criticaram a condução de Moro durante o julgamento da operação Lava-Jato. Tofic e Azevedo, que defendem acusados de corrupção na Petrobras, afirmam que o juiz desequilibra o julgamento em favor da acusação. Eles atacaram a maneira em que foram fechados os acordos de delação premiadas fechados pelo Ministério Público Federal.
Azevedo, que defende o empresário Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, argumentou que o direito de defesa foi "constantemente" prejudicado durante o andamento do processo. Ele acrescentou que Sergio Moro demorou para avaliar pedidos da defesa e teria imposto prazo curtos para colher depoimento de testemunhas arroladas no exterior. Ao mesmo tempo em que permitia o MPF a apresentar novos documentos mesmo fora do prazo legal.
- A competência do juizo está invalidada na origem. O juiz errou ao determinar que cabia ao foro de Curitiba julgar a ação, apesar de que maioria dos supostos crimes teria se passado no Rio. Quando quis para si o julgamento, Moro já demonstrou que queria julgar este caso. Legalmente, rompeu sua imparcialidade frente ao processo.
Para David Azevedo, o MPF "praticamente" obriga os acusados a deletar como condição para conseguir a liberdade.
Para o criminalista Fábio Tofic o instituto da delação premiada é válido e legal, mas virou um instrumento de coerção da acusação durante a Lava-Jato.
- Eu sou a favor da delação premiada. porque é um instrumento ético. Porque permite o homem um reposicionamento na sua formulação ética. É um instrumento democrático. Mas como foi conduzida na Lava-Jato é equivocada e errada. O MPF praticamente intimida um acusado a fazer a delação. Há casos que nos foram relatados, em que um réu recebeu a ameça de ver sua filha presa. Fonte: http://oglobo.globo.com/ (04/07/15)



sexta-feira, 3 de julho de 2015

CÚPULA DO PT É CORRUPTA, DIZ BORIS FAUSTO



Flip: Boris Fausto diz que cúpula do PT é 'formada por corruptos que trabalham num esquema mafioso'
Historiador paulistano foi bastante aplaudido ao fazer críticas ao governo e à oposição
por André Miranda, enviado especial
03/07/2015

PARATY - Do luto à desolação, da morte de sua mulher à descrença com os rumos da política brasileira: a mesa com o historiador paulistano Boris Fausto, a primeira desta sexta-feira da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) primeiro emocionou a plateia pelo tom intimista e depois resultou em fortes aplausos pelos comentários políticos críticos a governo e oposição. Entrevistado pelo jornalista Paulo Roberto Pires, o momento mais marcante da fala de Fausto foi sua análise sobre a mudança de rumo no governo e no Partido dos Trabalhadores (PT). Fausto afirmou que a cúpula do PT é formada por "gente corrupta que trabalha num esquema mafioso". A plateia aplaudiu.
— Há uma coisa muito triste, que é a transformação da cúpula do Partido dos Trabalhadores; e não estou dizendo que não há pessoas honestas, claro que há; mas há uma transformação numa cúpula de gente corrupta que trabalha num esquema mafioso e de gangue — afirmou.
Fausto também criticou a oposição atual no Brasil, lembrando a votação do fator previdenciário, em que o PSDB se posicionou contra o governo. E, por isso, foi novamente muito aplaudido. O historiador ainda defendeu a presidente Dilma Rousseff:
— O governo Dilma é mais ideológico, e isso contraditoriamente conta a favor dela. Eu acho que ela não se envolveu nesses esquemas, ela tentou combater, ficar à margem desses esquemas — disse Fausto. — Já a oposição vai mal, obrigado. É muito comum as pessoas dizerem que a oposição tem que ir para frente, brigar pelo impeachment. Não é esse o fato. Não acho que o impeachment é uma brincadeira, mas ele pode se impor, a situação está se complicando muito rapidamente. Mas o problema da oposição é não ter sabido ser oposição, não ter tido a coragem de ser oposição e ter coerência em suas atitudes. Por exemplo, um partido que introduziu o fator previdenciário na época de Fernando Henrique Cardoso deveria votar a favor da manutenção do fator previdenciário mesmo que o PT estivesse votando a favor. Essa coerência é que a gente cobra da oposição. Passaram-se muitos anos, e agora é difícil construir uma alternativa séria e responsável de oposição. Isso seria vital neste momento, mas infelizmente nós não temos.
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Com uma vasta carreira acadêmica na USP, autor de livros como "A revolução de 1930", "Fazer a América" e "O crime do restaurante chinês: Carnaval, futebol e justiça na São Paulo dos anos 30", Fausto, de 84 anos, é um dos mais respeitados historiadores do Brasil, mas participa pela primeira vez da Flip. Em sua mesa, ele começou abordando o luto pela morte de sua mulher, Cynira Stocco Fausto, com quem foi casado por 49 anos: a educadora morreu em 2010, depois de sete anos lutando contra um câncer.
No fim do ano passado, Fausto publicou o livro "O brilho do bronze", em que trata do sentimento do luto e relembra histórias sobre Cynira. Ele citou como influência a obra "O brilho do pensamento mágico", em que a escritora americana Joan Didion abordou a morte de seu marido.
— A Cynira era uma mulher com muita determinação, muito séria, e com baixo nível de retórica. Num tempo em que queríamos mudar o mundo, ela, que era de uma vertente católica de esquerda, resolveu não apenas falar, mas fazer. Foi morar na periferia de São Paulo e ajudou a desenvolver um núcleo que desse abertura para meninos pobres da periferia — afirmou.
Fausto também recordou quando conseguiu superar o luto pela morte da mulher, citando inclusive que se permitiu abrir para a possibilidade de outras relações amorosas.
— Ela foi cremada, e eu resolvi que queria ficar com as cinzas. Identifiquei as cinzas como um lugar familiar da memória — disse. — Em algum momento, depois, consegui encaixar as memórias das Cynira num lugar tranquilo, e me abri para outras histórias. Daí o luto se encerrou. Tanto que hoje sou capaz de falar sobre a Cynira sem chorar.
Depois de analisar alguns momentos da história do Brasil (ele lembrou, por exemplo, que o Golpe de 64 serviu para nos ensinar que a democracia é essencial para a sociedade brasileira), apenas na parte final da mesa, nos últimos 10 minutos, é que Fausto passou a analisar a conjuntura atual do país.
— Houve momentos a partir da entrada do PT no poder de razoável equilíbrio financeiro combinado com a possibilidade realizar uma política social efetiva. Ninguém nega isso. Mas eu diria que, a partir do segundo governo Lula, e não estou fazendo propaganda, houve uma inflexão a favor de uma política econômica absolutamente inadequada, ideológica.
A pedido de Paulo Roberto Pires, o historiador também traçou um paralelo entre as manifestações de 2013 e os recentes protestos contra o governo da presidente Dilma Rousseff (PT):
— O movimento de 2013 foi realmente surpreendente, mas era claro que se tratava de um movimento e não de uma mudança política que levasse a alguma coisa. Estava integrado a um movimento geral de desencanto. Mas como eu vejo a situação hoje? A situação mudou velozmente de 2013 para 2015. Em 2013, embora os sinais da depressão e o processo do Mensalão estivessem em marcha, tudo isso não tinha a dimensão que tem hoje, de um país que entrou numa crise muito grande. Em substituição ao otimismo daquela época surgiu um desencanto muito grande. O que há hoje é a emergência de um movimento de classe média que foi às ruas por razões especificamente políticas, mas é um movimento que também chegou a um impasse. É um movimento contra, que não propõe como sair desse quadro espantoso, e que não é natural. Foram forças bem definidas que nos levaram a essa situação. Isso precisa ficar bem claro. Fonte: http://oglobo.globo.com/ 03/07/15



quarta-feira, 1 de julho de 2015

DILMA SÓ TEM 9% DE APROVAÇÃO



O que resta de aprovação de Dilma cai de 12% para 9%
Pesquisa do Ibope mostra que rejeição subiu de 64% para 68%

Dilma tem agora a menor taxa de aprovação da História, no Brasil.

Pesquisa encomendada ao Ibope pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), e divulgada nesta quarta-feira (1º), indica que a avaliação positiva do governo Dilma Rousseff caiu de 12% para apenas 9%, a menor da História. A avaliação “não positiva”, com a soma de “ruim/péssimo” (68%) com “regular” (21%), chega a 89%.
O Ibope entrevistou 2.002 eleitores em 141 municípios brasileiros, entre os dias 18 e 21 de junho, e a margem de erro é de dois pontos percentuais.
Na pesquisa divulgada em abril passado, a aprovação de Dilma era de 12% e 64% rejeitavam seu governo. Naquele levantamento, 23% consideraram a gestão "regular".
De acordo com a pesquisa divulgada nesta quarta pela CNI, 20% dos entrevistados disseram ter confiança na presidente Dilma; já 78% afirmaram não confiar na petista; e 3% não souberam ou não opinaram.
Comentário: Arabutan Rocha · Top Commenter · Works at Eu sou aposentado
ENQUANTO DILMA CAI NA AVALIAÇÃO POSITIVA PARA 9%, O AUMENTO NA DOTAÇÃO ORÇAMENTÁRIA N° 25.000 DO MINISTÉRIO DA FAZENDA PASSA DE R$ 28,5 BILHÕES EM 2014 PARA O ABSURDO DE R$ 1,633 TRILHÃO EM 2015, UM AUMENTO DE NADA MAIS DO QUE MÍSEROS 5.730%. MAIS OUTRA MANOBRA DE ESCONDER O QUE TEM POR TRÁS DA FAMIGERADA DÍVIDA PÚBLICA, QUE EM 31 DE DEZEMBRO DE 2002 ERA DE APENAS R$ 160 bilhões E HOJE ULTRAPASSA DOS R$ 3,5 TRILHÕES (DÍVIDA i + e). CADÊ QUE O misterioso ministro QUINCAS LEVY ATRÁS OS BRASILEIROS DAR ALGUMA EXPLICAÇÃO AO POVO BRASILEIRO DO PORQUE EXTERMÍNIO DOS CÓDIGOS ORÇAMENTÁRIOS SOB N° 71.000 + 74.000 + 75.000 TODOS COM RELAÇÃO A TAL FAMIGERADA DÍVIDA E O DE N° 73.000 RELATIVO AS TRANSFERÊNCIAS AOS ESTADOS, DISTRITO FEDERAL E MUNICÍPIOS, COM DETALHES AOS 27 ESTADOS + 1 DISTRITO FEDERAL + 5.570 MUNICÍPIOS. ESSA OMISSÃO DO DESGOVERNOS DILMA É PORQUE SE ESTOURAR ESSA BOMBA, VAMOS NO MESMO CAMINHO DA GRÉCIA. ATENÇÃO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL UMA FORÇA TAREFA PODE TIRAR O BRASIL DA FALÊNCIA MÚLTIPLA E SEM COMBATER A SONEGAÇÃO DO NIÓBIO, É MORTE CERTA DE UMA GRANDE NAÇÃO. Fonte: http://www.diariodopoder.com.br/ 01/07/15

DILMA CONFUNDIU O STF COM O DOI



Num processo de mistificação do passado a serviço da corrupção do presente, a doutora confundiu o STF com o DOI

Elio Gaspari, O Globo 01/07/2015 

Um dos enigmas do comportamento político de Dilma Rousseff está na sua capacidade de viver numa realidade própria. É a essa característica que se deve atribuir parte do descrédito que acompanha sua administração. Diz uma coisa, faz outra e vai em frente. Recuando quase meio século na história do país para manipular os desdobramentos da Operação Lava-Jato, a doutora afirmou o seguinte:
“Eu não respeito delator, até porque estive presa na ditadura militar e sei o que é. Tentaram me transformar numa delatora. A ditadura fazia isso com as pessoas presas e garanto a vocês que resisti bravamente”.
Mistificando o presente, associou o comportamento de quem passa pela carceragem de Curitiba com o dos presos do DOI durante a ditadura. Seu paralelo ofende o Ministério Público, o Judiciário e o Supremo Tribunal Federal, que homologa cada um dos acordos onde estão as confissões. Nenhum preso da Lava-Jato passou por qualquer constrangimento físico. Até agora, todos os atos praticados pelos investigadores respeitaram o devido processo legal.
Deixando-se essa questão de lado, o que não é pouca coisa, vai-se ao coração da fala: “Eu não respeito delator". Num lance de autoexaltação, lembrou que “resisti bravamente". Ela sabe que o comportamento de um preso sob tortura nada tem a ver com sua bravura. Relaciona-se apenas com o caráter do torturador e do regime a quem ele serve. Quem fala sob tortura não é delator, é apenas um cidadão torturado e a doutora respeita muitos deles. Dilma Rousseff, a “Wanda” do Comando de Libertação Nacional, sabe que o “Kleber” não foi um delator. Em 1969, depois de ter sido torturado por vários dias, ele indicou para a polícia o endereço de um aparelho da Rua Atacarambu, em Belo Horizonte, onde estavam sete de seus companheiros. Dos milhares de presos torturados durante a ditadura, talvez não tenham chegado a uma dezena aqueles que, livres, continuaram colaborando com os agentes da repressão. Se os acusados que estão colaborando com a Lava-Jato são mentirosos, não merecem respeito e seus acordos devem ser cancelados. Insultá-los leva a lugar nenhum.
Misturar empreiteiros milionários com militantes torturados é um truque que desmerece o estado de direito e o regime democrático de hoje. Nas palavras de um ministro do governo Médici, referindo-se aos presos de seu tempo, “a delação, para eles, é o supremo opróbrio". Outro hierarca elaborou o lance seguinte: os presos, tendo delatado, justificavam-se inventando que haviam sido torturados. Donde, não havia tortura, mas delatores. No paralelo de Dilma não haveria roubalheiras, mas delatores que não merecem respeito.
Há ainda outra diferença entre os presos que eram torturados nos DOI e os que passam pela Lava-Jato. Uns sequestravam diplomatas, assaltavam bancos e roubaram o cofre onde a namorada de um ex-governador de São Paulo guardava dois milhões de dólares, parte dos quais vindos de empreiteiras. Seus alvos faziam parte do arco de interesses que todos, inclusive a doutora, pretendiam destruir. Nenhum deles pensava em aumentar seu patrimônio. Os empreiteiros da Lava-Jato buscavam o enriquecimento pessoal e o PT enfiou-se nesse mundo de pixulecos porque quis. Fonte: http://noblat.oglobo.globo.com 01/07/15


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Há sete meses e meio, candidata à reeleição, Dilma vangloriou-se de ter sancionado a lei 12.850/2013, que regulamentou a colaboração de criminosos com a Justiça.
Num debate presidencial em que mediu forças com o então antagonista tucano Aécio Neves, em 14 de outubro de 2014, Dilma citou a delação com outro propósito — um propósito autopromocional. Postulante à reeleição, Dilma disse, diante das câmeras da TV Bandeirantes, ter mudado a realidade que potencializava a impunidade no Brasil.
“Quero lembrar que duas leis, aprovadas no meu governo, no ano passado, dão base para esse processo de investigação da Petrobras”, jactou-se Dilma. “A primeira: a lei 12.830, que garante a independência do delegado. […] A outra, que regulamentou justamente a delação premiada, a 12.850.”