terça-feira, 19 de junho de 2012

USA 4ª FROTA: AMEAÇAS NO HORIZONTE




USA 4ª FROTA: AMEAÇAS NO HORIZONTE
    PETRÓLEO, MINÉRIOS E ÁGUA DOCE

Em 13 de junho de 2012, o senador Pedro Simon ocupou a tribuna e definiu como “leitura obrigatória” o alerta feito por Santayana sobre os dois 'inimigos do Brasil'. 
Artigo do jornalista Mauro Santayana, publicado no 'Jornal do Brasil', cobre uma lacuna na imprensa nacional e alerta para o que define como dois inimigos do Brasil: 
o interno, a corrupção; o externo, a recém criada Aliança do Pacífico.
Formada por Estados Unidos, México, Colômbia, Peru e Chile, a aliança tem o objetivo explícito de conter o que consideram "ascendente potência hegemônica ou neoimperial que é o Brasil".

Base americana foi reativada no governo Lula


Ao admitir base militar americana no Brasil, o presidente Jair Bolsoraro provocou críticas dos adversários. Pura hipocrisia. Há no Brasil uma base dos “Marines” (US Marine Corps), reativada durante o governo Lula, em 1º de julho de 2008. A esquerda não deu um pio. A base pertence à 4ª Frota da Marinha dos EUA, responsável pelo Atlântico Sul e Caribe. Em 2011, autoridades brasileiras participaram alegremente da celebração dos 235 anos da Independência americana.
Petista na festa
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) foi à base dos Marines em São Paulo, em 2011, para celebrar o 4 de Julho, data nacional dos EUA.

Nada demais

Os EUA têm bases em todo o mundo; Alemanha, Itália, Japão, Turquia, Portugal, Dinamarca, Espanha, Coreia, Austrália, R.Unido, Israel, etc.
06/01/2019

Iniciativa mundial

Os EUA mantêm bases militares, navais e aéreas em mais de trinta países. Alguns têm várias bases militares. Só na Alemanha são 34.
Na Itália, o Exército dos Estados Unidos mantém cerca de 11,5 mil homens no país europeu há pelo menos três décadas. 

Temos de reconhecer que temos com os Estados Unidos da América uma amizade história. Foram os EE.UU  o primeiro país do mundo a reconhecerem a independência do Brasil em 1822.
Todavia, o surgimento na região de figuras como Hugo Chávez, e sua explosiva parceria com o Irã dos aiatolás e o presidente Armadinejad que correm atrás da bomba atômica, trouxeram problemas para a região. Também contribui o apetite do Hugo Chávez na  influência junto a Evo Morales na Bolívia, Rafael Correia, no Equador e Daniel Ortega na Nicarágua, mas acima de tudo e principalmente estão de olho nas reservas de petróleo da região. Esses fatos certamente influenciaram os Estados Unidos ao decidir pela  reativação da Quarta Frota da Marinha dos Estados Unidos para proteger seus interesses nas águas da América Latina e do Caribe, é muito preocupante para o Brasil e região. 
Na Segunda Guerra Mundial 100 mil soldados foram enviados para o Brasil, de Belém a Salvador. Em Natal,  construíram uma gigantesca base aérea, que conheci ao lá servir  por seis meses.
Em 1893 concentraram cinco cruzadores, terço de sua frota na baía da Guanabara para derrotar a Revolta da Armada e em 1964, com a Operação Brother Sam um porta-aviões e seis contra-torpedeiros para ajudar a derrubar João Goulart. Ainda segundo denuncia Elio Gaspari em sua coluna de 06/07/08 em A Tribuna (Vitória-ES), p.52 relata” o estudo do professor John Coatsworth, da Universidade Columbia, ensina que, entre 1898 e 1994, os Estados Unidos ajudaram a derrubar 41 governos latino-americanos. As intervenções diretas foram 17”, Em 1864, por exemplo, durante a Guerra de Secessão, tivemos a primeira intervenção direta, com o seqüestro no porto de Salvador de um vapor dos confederados.
E é bom lembrarmos que as maiores reservs de petróleo do Brasil estão em águas profundas e na camada pré-sal,
E estão perto do limite das 200 milhas. E os americanos não são signatários de tratados que tornam esse respeito obrigatório


A 4ª frota dos Estados Unidos da América, será responsável pelo patrulhamento nas águas da América do Sul. Criada na Segunda Guerra Mundial, foi desativada há mais de 50 anos. “Tal frota hoje reaparece no cenário regional de paz como uma ameaça inexplicável à soberania das democracias sul-americanas. O que espera com isso o governo americano que não uma posição mais defensiva por parte do hemisfério? Iniciativas como o Conselho Sul-Americano de Defesa para salvaguarda do território regional, inclusive marítima, onde estão algumas das maiores reservas de petróleo do continente.”, denuncia o cientista político Marcelo Coutinho, fundados e Coordenador Executivo do Observatório Político Sul-Americano. 

E o Brasil possui 13% da água doce do mundo, Bacia Amazônica e Aqüífero Guarany que se estende por países vizinhos. ”A Amazônia brasileira é uma demasia de jazidas minerais, pedras preciosas, madeira de lei, plantas medicinais raríssimas. Ali está a maior floresta tropical do mundo Os rios do lugar compõem a maior das bacias fluviais, que concentra 20% da água doce disponível num planeta cada vez mais sedento do mundo”. Porquanto a área é rica em ouro, estanho, nióbio, manganês, cromo, ferro, diamante e potássio. E tudo isso está ameaçado. 


“De passagem pela cidade gaúcha de Rio Grande, Lula revelou-se preocupado com a presença militar dos EUA na costa marítima da América Latina. Referiu-se especificamente à Quarta Frota naval dos EUA, despachada para a região a pretexto de combater o narcotráfico e auxiliar em missões de paz.

Para Lula, os EUA podem estar de olho, veja você, no tesouro do pré-sal. Disse já ter inclusive manifestado sua preocupação ao próprio George Bush. "A Marinha joga um papel importante para proteger o nosso pré-sal, porque os homens já estão aí com a Quarta Frota quase em cima do pré-sal", disse Lula. Que acrescentou: "A nossa Marinha tem que ser a guardiã das nossas plataformas em alto-mar para fiscalizar esse patrimônio...”

“...Daqui a pouco chega um espertinho aí e fala: ‘Isso é meu, está no fundo do mar mesmo, ninguém sabe, isso é meu’."
Lula chegou mesmo a insinuar que, servindo-se de tecnologia ainda indisponível, forças alienígenas se aventurem a enfiar uma sonda no nosso pré-sal:
"Agora, tem uma sonda que fura verticalmente, depois vai na horizontal 5, 6 quilômetros. Nego, lá do país dele [Bush], vai tentar pegar o nosso petróleo aqui. Nós temos que tomar conta."

Considerando-se o histórico intervencionista dos EUA, o governo brasileiro faz bem em eriçar os cabelos com a presença a proximidade da Quarta Frota.” Escrito por Josias de Souza às 19h24 em 18/09/08


Leia neste Blog “AMAZÔNIA EM PERIGO” e
 “A GLOBALIZAÇÃO É NEOCOLONIALISMO”
                    

3 comentários:

  1. Rubens Pontes diz por e-mail:
    Bom trabalho, Thede.

    A propósito, Mauro Santayana - hoje morando em Brasilia onde escreve discursos para congressistas (US$ 1.500 a lauda) - é meu velho companheiro de redação.
    Trabalhamos juntos em mais de um jornal de Belo Horizonte (ele é mineiro) e mantivemos as mesmas relações durante minha permanência no DF.

    Voltando ao seu artigo, ele é um alerta que não deve ser desprezado. Nossas autoridades maiores, porém, sempre têm alguma coisa "mais importante" para tratar., Tem sido assim, desde Deodoro da Fonseca. Agora, por razões
    conhecidas, essa ótica distorcida é certamente muito mais criminosa.

    Rubens

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  2. Heitor Carvalho, disse por e-mail: As questões são reais mas mais complexas.
    Quarta frota. Obama tem problemas variados com a questão das armas. Há uma nova geração de material bélico e tem que descartar o antigo. O que tem a ver com isso? Contrariando as estratégias militares estão mantendo os porta aviões dispersos e ancorados em cada porto disponível nos EUA, com exceção dos que estiverem em combate no Afeganistão e na recente intervenção na Líbia. Tradução: cada porta aviões com sua tripulação embarcada de cinco mil homens e muitos outros em terra cria uma movimentação econômica enorme na cidade sede ou seja, votos!!! O presidente cancelou os futuros porta aviões porque como a tecnologia recente é de aviões não tripulados e estes navios são caros para manutenção e tem que ser protegidos passaram a ser elefantes brancos em teatros de guerra avançados. Em terra de índios... tem sua utilidade. Os EUA vão atacar o Brasil? Nunca o fizeram antes mas exercer intimidação sempre ocorreu. O livro a USAID e a Educação Brasileira do escritor Arapiraca tem umas quatro páginas listando as intervenções americanas na América Latina...
    A pergunta é quem a esquadra vai interceptar? Quem quer proteger? Não há perspectivas de invasão e desembarque nem na América Latina e nem na África e muito menos Europa. A guerra da Líbia, em cenário de amplos espaços de deserto, era favorável à força aérea. Já na Libia ou Irã isto não é a mesma coisa.
    A frota estaria protegendo a via de transporte de petróleo vindo de plataformas maritimas nas costas da África e do Brasil. Enquanto campos na terra e oleodutos podem ser alcançados por pequenos grupos e homens bomba para atingir uma plataforma há necessidade de tecnologia mais avançada.
    Os EUA com novas tecnologias de perfuração (a tal horizontal...) estão explorando xisto betuminoso no seu território e no Canadá. Já têm expectativa de autosuficiencia energética mas preferem guardar uma porção considerável do que está no seu território como reserva estratégica.
    Com relação aos minérios de terras raras necessários a produtos de alta tecnologia como celulares, células fotovoltaicas, etc... hoje o virtual monopólio é da China com mais de 90 por cento de produção. Há em quantidades apreciáveis na Africa mas as maiores reservas conhecidas e exploráveis estão no Brasil. Só que não precisam se apoiar na força militar para obtê-las, uma pequena quantidade de dólares de propina e conseguem controlar as holdings que vão fazer a lavra.
    Agua doce. A América Latina é o único continente que tem alta disponibilidade por habitante. Porém é inviável transportá-la e nem os americanos sedentos resolverão mudar-se em grande migração para os trópicos. Também eles tem muitas reservas e inclusive as geleiras canadenses. Guerras pela água serão prováveis na Ásia, Europa, África mas não na América Latina, Tais guerras não serão necessariamente com forças armadas mas muito mais com armas econômicas, por exemplo, deslocando para onde há disponibilidade indústrias que consumam muita água.
    Como reagir às "demonstrações de força" americanas? Mais fácil falar do que fazer.
    -Militar. A guerra "assimétrica" exige do poder dominante um excesso de recursos como a lição do Vietnam demonstrou. Pode levá-lo à exaustão. O que o Brasil deve fazer? Empatar o jogo seria muito difícil, a URSS, que conseguiu várias paridades, se esvaiu até o colapso econômico. Mas ter condições de "vender caro a pele" pode ser um dissuasor razoável.
    -Econômica. Somente o desenvolvimento de tecnologias próprias, sem pagamento de royalties e sem ter "Códigos secretos com senhas de acesso ocultas para seus desenvolvedores estrangeiros" podem "vender caro a pele" também na guerra assimétrica econômica.
    Sintetizando: a situação não é estática e está evoluindo muito rápido. Há ameaças reais. É preciso muita preparação, pesquisa, inteligência (no sentido militar) e trabalho para impor respeito ao menos no sentido de tornar muito custosa qualquer aventura...

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    1. Profunda e excelente análise.
      Parabéns, Heitor.
      Theodiano Bastos, autor do blog

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